quinta-feira, 31 de março de 2011

Como se chama?

Aquilo que faz o coração bater forte e parar ao mesmo tempo;
Aquilo que dá frio na barriga, ansiedade e nó na garganta;
Aquela coisa que dá falta de ar,
que é bom de sentir, mas vem acompanhado de insegurança e medo.

Já sentimos várias vezes, mas sempre parece ser a primeira vez.
Nos faz voltar no tempo e parecermos adolescentes,
mas ao mesmo tempo nos sentirmos maduros e completos.
Quando acaba, prometemos a nós mesmos nunca mais sentir,
e quando vimos, já aconteceu de novo.

Na verdade, o que irmporta saber o nome?
Temos que aprender a sentir...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Maternidade - Carlos Drummond de Andrade

Seu desejo não era desejo
corporal.
Era desejo de ter filho,
de sentir, de saber que tinha filho,
um só filho que fosse, mas um filho.

Procurou, procurou pai para o seu filho.
Ninguém se interessava por ser pai.
O filho desejado, concebido
longo tempo na mente, e era tão lindo,
nasceu do acaso, o pai era o acaso.

O acaso nem é pai, isso que importa?
O filho, obra materna,
é sua criação, de mais ninguém.
Mas lhe falta um detalhe,
o detalhe do pai.

Então ela é mãe e pai do seu garoto,
a quem, por acaso,
falta um lobo de orelha, a orelha esquerda.

terça-feira, 29 de março de 2011

Corpos Poéticos

Dois corpos encostados e na horizontal.
Pernas entrelaçadas, assim como as mãos por cima das cabeças.
Os troncos encaixados de tal maneira que os batimentos dos corações se confundem.
Os olhos, que grande parte do tempo permanecem fechados,
num movimento quase que sincronizado, abrem, se cruzam e sorriem.
O calor daquele momento, causa sensações apesar da sonolência dos dois.
Arrepios e pequenas manifestações sonoras, enquanto as bocas,
de uma forma mais que natural, selam o encontro desses corpos.

Dormem... como se fosse a última vez.