A dificuldade de enxergar à frente já não incomoda mais.
Passos sem rumo, sem ritmo certo, na rua. Só o que vejo são os olhos daqueles que sentem pena de mim, apenas porque veem uma lágrima. Não são rostos conhecidos, nem familiares, nem passam uma verdade solidária. Na verdade sentem-se felizes ao me ver chorando. Percebem que existem coitados piores que eles vagando. Gostei de causar essa sensação neles. Me sinto um bicho raro no zoológico.
Nos olhos deles, busco uma resposta. Resultado não-satisfatório.
Era eu quem chorava, enquanto a chuva caía, tocava uma música - como um filme. Mas eram eles os infelizes. Que com os olhos me diziam que eu deveria sofrer por que eles sofrem!
Me voltou a cena do zoológico.
Alias, se quer saber: EU SEI VOAR. Eu não só sei voar, como já voei e encantei muito esse e outros céus. O vento batia em meu rosto, meu coração batia num ritmo perfeito, e eu sentia na solidão, a paz; e na solitude, amadurecimento.
Fui aprisionada tão bruscamente que me esqueci. Me pegaram, amarraram, me diziam que eu não sabia voar, que eu deveria ficar aqui, presa, no chão, e fazer firula.
Mas eu me lembrei! Lembrei que posso sair. Que posso bater as asas e ir onde quiser.
E descobri, que aqueles que me dizem, insinuam ou duvidam de que posso voar,
são os que cortaram as próprias asas!
"Lembrei que sou tudo aquilo de que preciso pra ser feliz!"
ResponderExcluirFoda !