Quando fui, decidi por bem não olhar para trás.
Me parecia menos doloroso, torturante. Uma lágrima apenas escorreu, e essa deixei que secasse naturalmente, para marcar como uma cicatriz... Nunca mais ser esquecida.
Desde então fechei os olhos e pela primeira vez segui meu coração.
Sem saber se voei, se andei ou se corri... Sem saber os caminhos que percorri.
Me guiando apenas pelas boas sensações de autoconhecimento e paz interior.
Agora ouço você me chamar. Ora voz perto do ouvido, ora muito ao longe...
Ora vontade de responder, e ora de correr mais pra longe.
Quero ver os olhos de perto.
Agora busco a parte do caminho em que nos perdemos.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Cegueira
Um sonho... Só mais um sonho dos tantos que perturbam mentes.
Não apenas a minha, mas também as que habitam nela.
Pés caminham em desarmonia. Triste caminhar para o nada.
Quem me acompanha? Sei, sinto... Mas não o vejo.
Não tenho olhos... Não temos olhos!
Não nos vemos, não vemos nada. Existe algo ao redor? Sim.
Perdidos, ofegantes, desesperados...
Caminhar triste.
Busca intensa, sem rumo, sem foco.
Quem queremos achar?
Por quem busco? Por mim? Por ele?
A quem devo o reconhecimento?
Será re-conhecimento?
Confusão mental...
Busca por identidade própria, busca pela identidade do próximo.
Me perdi da minha cega companhia. Enxergo melhor agora.
Visão embaçada me mostra-o caminhando ainda cego na direção oposta.
Cada vez mais longe, visão cada vez melhor. Sei quem sou.
Sei o que busco. Sorrio.
Triste.
Ainda o vejo caminhar em direções confusas, perdido.
Deixá-lo? No próprio tempo ele descobre seu interior.
Aproveita da escuridão para olhar para dentro, conhecer-se.
Por que ninguém na rua o ajuda? Por que riem?
Quero acolhe-lo. Cuidar... cuidar!
Não posso.
Apenas ele pode encontrar sua própria identidade e acabar com suas dúvidas.
Sem medo de ler-se. Sem medo de mergulhar na imensidão interior.
Sem medo do escuro, que quando enfrentado fica tão claro, tão lindo.
Auto-conhecimento, olhos para dentro e para fora, é pura magia.
Seguimos direções opostas...
Cego desencontro.
Não apenas a minha, mas também as que habitam nela.
Pés caminham em desarmonia. Triste caminhar para o nada.
Quem me acompanha? Sei, sinto... Mas não o vejo.
Não tenho olhos... Não temos olhos!
Não nos vemos, não vemos nada. Existe algo ao redor? Sim.
Perdidos, ofegantes, desesperados...
Caminhar triste.
Busca intensa, sem rumo, sem foco.
Quem queremos achar?
Por quem busco? Por mim? Por ele?
A quem devo o reconhecimento?
Será re-conhecimento?
Confusão mental...
Busca por identidade própria, busca pela identidade do próximo.
Me perdi da minha cega companhia. Enxergo melhor agora.
Visão embaçada me mostra-o caminhando ainda cego na direção oposta.
Cada vez mais longe, visão cada vez melhor. Sei quem sou.
Sei o que busco. Sorrio.
Triste.
Ainda o vejo caminhar em direções confusas, perdido.
Deixá-lo? No próprio tempo ele descobre seu interior.
Aproveita da escuridão para olhar para dentro, conhecer-se.
Por que ninguém na rua o ajuda? Por que riem?
Quero acolhe-lo. Cuidar... cuidar!
Não posso.
Apenas ele pode encontrar sua própria identidade e acabar com suas dúvidas.
Sem medo de ler-se. Sem medo de mergulhar na imensidão interior.
Sem medo do escuro, que quando enfrentado fica tão claro, tão lindo.
Auto-conhecimento, olhos para dentro e para fora, é pura magia.
Seguimos direções opostas...
Cego desencontro.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Adeus, Laura.
Ela chegou sutilmente, me agradando.
Eu gostava. Alimentava-me de ambição.
Facilitava a interpretação do meu personagem.
Tomou conta de mim, dominou meus desejos,
Governou meus quereres, controlou meus pensamentos,
Comandou minhas ações, tiranizou minha alma.
Expôs minhas vísceras à luz mais nítida do dia,
e me fez contorcer de desprazer.
Eu só soube que estava tudo errado
quando minhas atitudes não sustentavam mais
minha leveza.
Tudo o que tinha de mais lindo em mim
terminou por me machucar por dentro e plantar no meu olhar
uma tristeza de horizontes alcançáveis.
Meu personagem tomou conta de mim-atriz.
Vivemos juntas a tristeza que inventei.
Até chegar no fundo de um poço, em que deixei-me trancar.
Ela viveu por mim. Reinou em meu corpo.
Parei. Sufoquei-a.
Jamais saberia que possuía essa força.
Jamais permitirei exercerem o domínio sobre meu ser mais uma vez.
Decidi matar a autora de dramas. (A minha intensidade não podia continuar servindo de tripé para tanta agonia.)
Abri as janelas, respirei, meditei, sonhei, escrevi, cantei, sorri, gargalhei, mergulhei, chorei, amei...
Aprendi a pontuar histórias, delimitar espaços, dissolver conflitos, definir minhas relações, e preservar o resto de sanidade que há em mim.
(Inspirado pela vida, e pela autora Marla de Queiroz)
Eu gostava. Alimentava-me de ambição.
Facilitava a interpretação do meu personagem.
Tomou conta de mim, dominou meus desejos,
Governou meus quereres, controlou meus pensamentos,
Comandou minhas ações, tiranizou minha alma.
Expôs minhas vísceras à luz mais nítida do dia,
e me fez contorcer de desprazer.
Eu só soube que estava tudo errado
quando minhas atitudes não sustentavam mais
minha leveza.
Tudo o que tinha de mais lindo em mim
terminou por me machucar por dentro e plantar no meu olhar
uma tristeza de horizontes alcançáveis.
Meu personagem tomou conta de mim-atriz.
Vivemos juntas a tristeza que inventei.
Até chegar no fundo de um poço, em que deixei-me trancar.
Ela viveu por mim. Reinou em meu corpo.
Parei. Sufoquei-a.
Jamais saberia que possuía essa força.
Jamais permitirei exercerem o domínio sobre meu ser mais uma vez.
Decidi matar a autora de dramas. (A minha intensidade não podia continuar servindo de tripé para tanta agonia.)
Abri as janelas, respirei, meditei, sonhei, escrevi, cantei, sorri, gargalhei, mergulhei, chorei, amei...
Aprendi a pontuar histórias, delimitar espaços, dissolver conflitos, definir minhas relações, e preservar o resto de sanidade que há em mim.
(Inspirado pela vida, e pela autora Marla de Queiroz)
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