segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cegueira

Um sonho... Só mais um sonho dos tantos que perturbam mentes.
Não apenas a minha, mas também as que habitam nela.
Pés caminham em desarmonia. Triste caminhar para o nada.
Quem me acompanha? Sei, sinto... Mas não o vejo. 
Não tenho olhos... Não temos olhos!
Não nos vemos, não vemos nada. Existe algo ao redor? Sim.
Perdidos, ofegantes, desesperados...
Caminhar triste.
Busca intensa, sem rumo, sem foco.
Quem queremos achar? 
Por quem busco? Por mim? Por ele?
A quem devo o reconhecimento?
Será re-conhecimento?
Confusão mental... 
Busca por identidade própria, busca pela identidade do próximo.


Me perdi da minha cega companhia. Enxergo melhor agora. 
Visão embaçada me mostra-o caminhando ainda cego na direção oposta.
Cada vez mais longe,  visão cada vez melhor. Sei quem sou. 
Sei o que busco. Sorrio.
Triste.
Ainda o vejo caminhar em direções confusas, perdido.
Deixá-lo? No próprio tempo ele descobre seu interior.
Aproveita da escuridão para olhar para dentro, conhecer-se.


Por que ninguém na rua o ajuda? Por que riem?
Quero acolhe-lo. Cuidar... cuidar!
Não posso.
Apenas ele pode encontrar sua própria identidade e acabar com suas dúvidas.
Sem medo de ler-se. Sem medo de mergulhar na imensidão interior.
Sem medo do escuro, que quando enfrentado fica tão claro, tão lindo.


Auto-conhecimento, olhos para dentro e para fora, é pura magia.


Seguimos direções opostas... 
Cego desencontro.






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