segunda-feira, 28 de novembro de 2011



Auto-cura



Auto-controle



Auto-conhecimento



Equilíbrio...Equilíbrio...Equilíbrio


                                                                Paz

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

E eu vou... Destino? O Horizonte!

Essa dor e esses olhos embaçados já não tem mais uma única causa. Ou pelo menos, não fisiológica.
A dificuldade de enxergar à frente já não incomoda mais.
Passos sem rumo, sem ritmo certo, na rua. Só o que vejo são os olhos daqueles que sentem pena de mim, apenas porque veem uma lágrima. Não são rostos conhecidos, nem familiares, nem passam uma verdade solidária. Na verdade sentem-se felizes ao me ver chorando. Percebem que existem coitados piores que eles vagando. Gostei de causar essa sensação neles. Me sinto um bicho raro no zoológico.
Nos olhos deles, busco uma resposta. Resultado não-satisfatório.
Era eu quem chorava, enquanto a chuva caía, tocava uma música - como um filme. Mas eram eles os infelizes. Que com os olhos me diziam que eu deveria sofrer por que eles sofrem!
Me voltou a cena do zoológico.
Alias, se quer saber: EU SEI VOAR. Eu não só sei voar, como já voei e encantei muito esse e outros céus. O vento batia em meu rosto, meu coração batia num ritmo perfeito, e eu sentia na solidão, a paz; e na solitude, amadurecimento.
Fui aprisionada tão bruscamente que me esqueci. Me pegaram, amarraram, me diziam que eu não sabia voar, que eu deveria ficar aqui, presa, no chão, e fazer firula.
Mas eu me lembrei! Lembrei que posso sair. Que posso bater as asas e ir onde quiser. 
Lembrei que sou tudo aquilo de que preciso pra ser feliz!
E descobri, que aqueles que me dizem, insinuam ou duvidam de que posso voar,
são os que cortaram as próprias asas!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ela

Euforia e pânico.
E na busca constante da felicidade se perdeu.
Rebubina o filme da vida e assiste de trás pra frente. Pobre ilusão de bem estar.
Felizes são aqueles que param algo no meio temendo fracassar?
Ou os que vivem a felicidade, e como o fim de uma 'onda'de heroína, 
desesperam-se querendo mais, esquecendo-se de toda alegria vivida?
Ou mesmo os que não acreditam na felicidade, permitindo a si mesmo abdicar da luta por ela?
Feliz?
Não sabe nem quem ela é. Como saber o que a faz feliz?

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Certas vezes gostaria de ser seca.
Isenta da irrigação constante às veias,
Alheia à enchente de sentimentos.
Fria, pobre, seca, frígida.

Certamente estaria abnegando tantas boas sensações.
Porém garantiria uma vida morna, monótona.
E quem disse que felicidade é um sentimento interno? Estupidez dos sonhadores!
Pobres coitados... Em busca da tal encontram apenas decepção.
E como se sentir feliz diante da escravidão aos padrões impostos por "sabe lá quem"?

A mim não vão dizer que ser feliz é ter um bom marido, lindos filhos, um cachorro no jardim florido, passar o ano apertada para passar férias no nordeste e postar uma linda foto na internet.

Aos que querem me empurrar "goela abaixo" falsas verdades, cuspe; apenas o que eles merecem!

Com que direito eles usurpam até o conceito de liberdade? Ela é mais que correr nua na praia. Mas nem sei seu tamanho. Me limitaram, não me deixam enxergar.

E após inúmeras buscas pela tal felicidade, porrada atrás de porrada, entrego-me. Desisto.

Sou fraca. Nem fria, nem feliz. Fraca!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Meu bom, amado, melhor, desagradável, insuportável amigo, meu delicado, maleável tirano, meu!

    Você vai habituar-se a continuar amando essa pobre mulher, apesar dessa antipatia, maus humores esporádicos e julgamentos equivocados, e continuaremos a caminhar juntos alegremente. Se não me engano, hoje efetivamente você não é capaz de dedicar a mim todo o seu amor sem alguma dificuldade, e à custa de autocontrole- e eu só serei capaz de sorrir ciente de minha vitória, quando você finalmente se tornar meu, seguindo o curso inevitável da natureza, como eu pretendia desde o começo.
    Admita que estou querendo escapar de nossas discussões com algumas palavras cordiais e que justamente por me sentir tão segura de você, aponto com total sinceridade para a nossa situação e para as diferenças entre nossas opiniões.
    Fique sabendo que eu penso, de verdade, você não me ama mais do que eu amo você. Se eu imagino minha vida atual sem você, tudo desaba por falta de sustentação e interesse. Você é a meta ao qual me dirijo, o ponto de convergência de todos os meus desejos, por você eu transformei alguém que até então era uma estranha pra mim em minha amiga mais próxima e íntima, eu!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Nossa história contada com os olhos

Para todos os começos, timidez. 
Olhos curiosos diziam "quero te conhecer do avesso".
Pequena íris, onde me perdi em imensidão interna que engana, enquanto nossos corpos tranquilamente nus, gozavam da felicidade do olhar do outro.
Entre todas as realidades escolho: o oceano dos teus olhos escuros. Não reconheço como meu lugar, mas enxergo amor, plenitude, segurança, integridade.
Vontade de mergulhar e explorar seu interior!
Nossa história voa entre pálpebras num formato perfeito abrindo e fechando; pupilas dilatadas promovendo trocas energéticas intensas; 'escleras' avermelhadas temperam de sensibilidade o toque entre as peles. 
Lindo quando o 'eu te amo' não vem da boca, e sim do olhar!
Para Mário Quintana, o amor é quando a gente mora um no outro.
Amo morar em você e ter os olhos como porta de entrada.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Estrelando: Minha Consciência.


As coisas mudam. Será isso boa coisa?
Não importa...
Não pode perder o foco. Ter a consciencia de que é sempre assim e que deve saber lidar com mudanças.
Por que o medo? Não pode ser bom? "Tira, taurina, um pouco os pés do chao... se permita voar..."
E aí? E se não for nada disso? Vai se jogar da ponte?
Se não for nada disso, ja foi... foi lindo!
A música, a rima, a métrica... os amigos que não são os mesmos. Por isso você não chora, não é?
Porque foi você que os abandonou. A dor agora é do medo do próprio abandono... Provar do próprio veneno.
E o que fazer? Chorar não resolve. Brigar com as pessoas que nem sabem dessa dor sem propósito, muito menos. É aí que se perde...
Meu conselho? Quando seu filho acorda com medo do monstro debaixo da cama o que diz a ele? Diga o mesmo a você.
Esse monstro não existe. Está apenas na sua cabeça.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um único momento... (Rubem Alves)

        Há uma morte feliz. É aquela que acontece no tempo certo. O rei, transbordante de felicidade pelo nascimento do seu primeiro neto, convidara todos os poetas, gurus e magos do reino a virem ao palácio a fim de escreverem num livro de ouro seus bons desejos para a criança. Um sábio de muito longe, desconhecido, escreveu: "Morre o avô, morre o pai, morre o filho..." O rei, enfurecido, mandou prendê-lo no calabouço. A caminho do calabouço passou pelo rei que o amaldiçoou pelas palavras escritas. O sábio respondeu: "Majestade, qual é a maior tristeza de um avô? Não é, porventura, ver morrer seu filho e seu neto? Qual é a maior tristeza de um pai? Não é, porventura, ver morrer o filho? Ah! Quanto não dariam eles pra poder trocar de lugar com os filhos e netos mortos. Felicidade é morrer na ordem certa. Morre primeiro o avô, vendo filhos e netos. Morre depois o pai, vendo seus filhos..." Ouvindo isso, o rei tomou as mãos do sábio nas suas e as beijou...
      Não acredito que haja dor maior que a morte de um filho. A princípio é uma dor bruta, sem forma ou cores, como se fosse uma montanha de pedra que se assenta sobre o peito, eternamente. Com o passar do tempo essa dor bruta se transforma. Passa a ser muitas, cada uma com um rosto diferente, falando de coisas diferentes. Há aquela dor que é a pura tristeza pela ausência. Ela só chora e diz: "Nunca mais..." Outra é aquela dor que se lembra das coisas que foram feitas e não deveriam ter sido feitas, coisas que não foram feitas e deveriam ter sido feitas: a palavra que não foi dita, o gesto que não foi feito. É a dor da saudade misturada com a tristeza da culpa. E há uma outra dor: a tristeza de que o filho não tenha completado o que começara. 
       Existe grande alegria em terminar a obra que se iniciou: ver a casa pronta, o livro escrito, o jardim florescendo. A vida de um filho é assim: um sonho a ser realizado. Aí vem o impossível meteoro que estilhaça o sonho. Fica a casa não terminada, o livro por escrever, o jardim interrompido.
       Essa era uma das dores daquele pai que me falava da sua dor pela morte do filho. Lembrei-me de um livro que li, faz muito tempo Lições de Abismo, de Gustavo Corção. Era a história de um homem, cinquenta e poucos anos, que descobre que teria não mais de seis meses de vida, a doença que estava em seu corpo matava rápido. Sem futuro ele examina o passado, em busca de sinais de que não vivera em vão. O que encontra: cacos, fragmentos, fracassos, um casamento desfeito, a solidão. Pensa então, que a vida deveria ser como uma sonata de Mozart que dura não mais que vinte minutos. Morre cedo. Depois dela vem o silêncio. Morre feliz. O silêncio se fez porque tudo que havia para ser dito havia sido dito. Mas a sua vida- o disco se quebrara antes que pudesse dizer qualquer coisa. Sua sonata  nem mesmo se iniciara...
       Assim sentia aquele pai: seu filho era uma sonata que mal se iniciara.
       Se eu morrer agora não terei do que me queixar. A vida foi muito generosa comigo. Plantei muitas árvores, tive três filhos, escrevi livros, tenho amigos. Claro, sentirei muita tristeza, porque a vida é bela, a despeito de todas as suas lutas e desencantos. Quero viver mais, quero terminar a minha sonata. Mas se por acaso ela ficar inacabada, outros poderão arrumar o seu fim. Assim aconteceu com a Arte da Fuga, de Bach. O tema eram as notas do seu próprio nome, BACH, si bemol, lá, do, si natural. Na última página do manuscrito, letra de Carl Philip Emanuel, filho de Bach, está escrito: "NB: No curso dessa fuga, no ponto em que o nome de B.A.C.H. foi introduzido como contratema, o compositor morreu. " Bach morreu mas a obra já estava claramente estruturada. Foi possível a um outro terminá-la. Se o mesmo acontecer comigo não terei do que me queixar. Mas fica a pergunta: "E aqueles que não tiveram tempo para escrever o seu nome?"
      Já me fiz essa pergunta várias vezes, pensando nos meus filhos. Eu também queria que eles levassem as suas sonatas até o fim, mesmo que não estivesse aqui para ouvi-las. Mas não se pode ter certezas. A possibilidade terrível sempre pode acontecer. E se ela acontece vem o sentimento de que tudo foi inútil. 
      Aí, de repente, eu experimentei "satori": abriram-se-me os olhos, e vi como nunca havia visto. Senti que o tempo é apenas um fio. Nesse fio vão sendo enfiadas todas as experiências de beleza e de amor por que passamos. "Aquilo que a memória amou fica eterno." Um pôr-do-sol, uma carta que se recebe de um amigo, os campos de capim-gordura brilhando ao sol nascente, o cheiro do jasmim, um único olhar de uma pessoa amada, a sopa borbulhante sobre o fogão de lenha, as árvores de outono, o banho de cachoeira, mão que se seguram, o abraço de um filho: houve muitos momentos em minha vida de tanta beleza que eu disse para mim mesmo: "Valeu a pena eu haver vivido toda a minha vida só para poder ter vivido esse momento." Há momentos efêmeros que justificam toda uma vida. 
       Compreendi, de repente, que a dor da sonata interrompida se deve ao fato de que vivemos sob o feitiço do tempo. Achamos que a vida é uma sonata que começa com o nascimento e deve terminar com a velhice. Mas isso está errado. Vivemos no tempo, é bem verdade. Mas é a eternidade que dá sentido à vida.
      Eternidade não é o tempo sem fim. Tempo sem fim é insuportável. Já imaginaram uma música sem fim, um beijo sem fim, um livro sem fim? Tudo que é belo tem de terminar. Tudo que é belo tem de morrer. Beleza e morte andam sempre de mãos dadas. 
      Eternidade é o tempo completo, esse tempo do qual a gente diz: "Valeu a pena." Não é preciso evolução, não é preciso transformação: o tempo  é completo e a felicidade é total. É claro que  isso, como diz Guimarães Rosa, só acontece em raros momentos de distração. Não importa. Se aconteceu fica eterno. Por oposição ao "nunca mais" do tempo cronológico, esse momento está destinado ao "para todo o sempre".
      Compreendi, então, que a vida não é uma sonata que para realizar a sua beleza, tem de ser tocada até o fim. Dei-me conta, ao contrário, de que a vida é um álbum de minissonatas. Cada momento de beleza vivido e amado, por efêmero que seja, é uma experiência completa que está destinada à eternidade. Um único momento de beleza e amor justifica uma vida inteira.  

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

"O carinha do cursinho do Eduardo que disse..."

               Ele abriu os olhos ao que parecia ser mais um dia. Levantou, levou o pé direito ao chão, logo depois o esquerdo, como sempre. Mas ao ir na direção do banheiro, uma topada com o dedo mindinho o fez atinar para o fato de que talvez nesse dia não conseguiria manter sua rotina sistemática. Afinal, não estava em seus planos um pé dolorido num dia tão importante. Se lembrou de todo o esforço, trabalho e abnegação para finalmente chegar ao cargo de diretor do curso em que dava aula há anos, preparando jovens para serem pessoas melhores que ele próprio.
                Já pronto para sair, foi até a estante onde estava o esboço do discurso que havia preparado para o momento da "posse". Ao pegar os papéis, seus olhos foram direta e involuntariamente de encontro à um antigo livro que nem se lembrava que possuía. Mesmo sabendo que estava com o horário apertado (falta de pontualidade, em sua opinião, é o pior defeito de um profissional), e sem saber exatamente o por quê, pegou o livro e começou a folheá-lo. Sentiu que algo caiu de dentro do livro. Estava em seu pé, um pedaço de papel rosa dobrado. Naquele momento ele fechou os olhos, pedindo para que tudo fosse uma ilusão, mas a sensação das lembranças já haviam tomado conta do seu corpo e mente. Aquele papel, infeliz pedaço de papel, acabara de lembrá-lo que, sim, ele havia vivido um grande amor! Nesse momento se deu conta de que, na verdade, essa lembrança nunca havia saído de sua cabeça.
                Com consciência de que talvez fosse a maior burrice de sua vida, desligou os celulares, parou os relógios, afrouxou o nó da gravata e sentou-se, com o pequeno pedaço de "lembrança" rosa nas mãos e os olhos fixos. Sabia que um dia esse encontro com ele mesmo deveria acontecer, e decidiu que esse era o melhor momento pra isso.
                Com uma simples conta com os dedos, percebeu que faziam surpreendentes cinco anos que estava em posse desse bilhete e que nunca havia tido coragem de lê-lo. Sentiu raiva de si mesmo por isso.
                Fechou os olhos e instantaneamente vieram em sua mente sensações, lembranças, cheiros...
                Numa quarta-feira já no mês de Agosto, cinco anos antes, em um dia normal de aula, já cansado e torcendo pelo final de semana, passando a matéria mecânicamente, foi interrompido por uma menina. Aluna nova, no meio da semana, e do ano. Desconcentrou toda a turma ao entrar, pedindo licença, toda atrapalhada com livros, mochila, casacos. Ele, sério, pediu para que ela se sentasse para poder continuar.
                Ao longo da semana essa menina se mostrou muito interessada na matéria que ele lecionava, o que ele julgou estranho, apenas pelo fato de a aparência dela ser um tanto despojada. "Tem cara de péssima aluna", pensou.
                Dias depois, em um debate levantado por ele sobre o Movimento Hippie ela se manifestou, situação que já era normal (ela falava bastante) se da boca dela não tivesse saído a frase "Deixa de ser careta, professor!". Foi só nesse instante que ele olhou pra ela sem nenhuma barreira. Ela quebrou toda sua guarda. E aí sim, reparou que a menina possuía os olhos mais expressivos que ele já viu.
                Sem graça dispensou os alunos e deu por terminada a aula. Sozinho na sala, a frase, a voz, os olhos, martelavam na cabeça dele em tal volume, que ele nem percebeu quando ela entrou. Foi pedir desculpas se causou algum constrangimento e convidá-lo para tomar um mate. Precisou de certo esforço, mas conseguiu convencê-lo.
                Ironicamente uma menina com vinte anos menos que ele, em uma noite apresentou um mundo totalmente desconhecido para esse experiente professor. A impotência se confundiu com o fascínio. E pela primeira vez ele se sentiu jovem! Quase sem se dar conta, passou dias na casa dela. Participou de reuniões de organizações políticas de juventude, ensaios de teatro alternativo, encontros com exagerado consumo de cannabis, e não foi trabalhar.
                Em uma das noites acordou sozinho e silenciosamente começou a observar ao seu redor. Um quarto com muitas fotos, tapetes e panos coloridos. Uma cama de lençóis pretos de bolinha branca e um cobertor vermelho. Ao seu lado, ela. Deitada de bruços, com os cabelos longos e escuros repousados sobre as costas nuas. Um corpo em perfeita harmonia com a meia luz. Sem se conter acaricia seu rosto, o que a faz abrir seus lindos olhos, que se encontraram com os dele. Nesse instante um sorriso surge nas duas bocas. E como se já não tivesse tudo perfeito, ela diz sussurrando: "eu te amo.". Um quente subiu pelo seu corpo e ele constatou rapidamente que ele também... ele amava!
                No décimo segundo dia de pura euforia um telefonema do seu chefe o desperta para a realidade. Imediatamente ele se questiona o valor de tudo o que havia conquistado, ponderando se valia a pena jogar tudo fora por uma "aventura". Rapidamente se levanta a fim de retomar sua vida normal, mas é impedido por ela. Inicia-se uma discussão, em que decepção e angústia são os sentimentos dela, e medo e insegurança os dele. Ao final decidiu que não podia abandonar toda uma vida, para se iniciar outra sem nenhuma garantia de felicidade e estabilidade. Parte sem olhar pra trás...
                Dois meses depois, ao ter voltado à sua rotina e enganar a si mesmo que não pensava mais nela, encontra em sua pasta um papel rosa dobrado. Pelo cheiro exalado ele teve a certeza de ser dela, e resolveu não abrir. Foi o último "contato" que tiveram.
                Seus olhos de abrem novamente, e suas mãos rapidamente desdobram o papel, antes que o pensamento covarde o impeça. Lê as seguintes palavras:
"Que parte do 'eu te amo' você não entendeu?"
                Sem que ele consiga impedir, lágrimas escorreram pelo seu rosto, e mais uma vez ele se sentiu jovem. Agora sabe que, por medo, trocou felicidade por estabilidade e está sem os dois.
                Mas não se culpa por isso. Sabe que nunca é tarde pra recomeçar!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Jogo de ser feliz.

Os contos de fadas são sempre iguais... Eles acabam quando o amor começa. 
"E viveram felizes para sempre." Pra que conta-los? Pra que ouvi-los?
Faz bem ao coração saber de amores.. amores que se bastam? Simplismente amor?
Adoro ser mais que isso. Ser amor, mas ser olhar; ser pele; ser cheiro.
Amores que se bastam são sem graça.
Quero viver o amor. Quero respirar o amor. Quero chorar e rir esse amor.


O seu amor é uma rua escura em que você caminha passo-a-passo, acompanhado de um poste, mas sem saber o que há na frente?
O meu é um caminho que eu mesma criei, cheio de flores, cheiros, sensações, e muita luz!
Podemos sim nos deparar com cordas bambas ou até prescipício nesse caminho. Mas se você olha pra frente, e não pro chão, passa pelos obstáculos sem nem perceber. 


Vamos prometer ser felizes? Vamos brincar de ser feliz, como se fosse um "jogo da vida"?
Prometer a nós mesmos que a nossa felicidade e a de quem amamos é nosso principal projeto de vida?
Jurar passar por cada problema encarando de frente, aprendendo com ele, e usando esse aprendizado pra crescer e chegar na felicidade?
Vamos ser felizes pra sempre? 
Chegando lá ler: "Parabéns! Você é feliz, e faz pessoas felizes!"


E se o "pra sempre" acabar amanhã, tudo bem! 
É bom demais olhar pra tras e pensar: "eu fiz valer a pena!". Saber que colheu desse amor, tudo o que podia de bom. E ter maturidade pra entender que se passar, passou. Mas tão lindo quanto foi o começo. Porque amor não acaba, ele muda! 
E começa tudo de novo...


Hoje eu te amo pra sempre!



terça-feira, 17 de maio de 2011

É só o amor!

Como se tudo no mundo fosse meu.
Como se tudo fosse lindo.
Como se nada se perdesse.
Como se nada valesse mais que um sorriso.
Como se eu pudesse voar.


Nada de mais... é só o amor!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sempre.

“É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te... foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço.”

- Saint-Exupéry.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quem pode?

Um dia o Amor indagou ao Tempo:

"És tão poderoso... Se eu, que sou um sentimento puro,
capaz de tudo ou quase tudo, 
não posso controlar-te, quem pode?

E o tempo respondeu:

"Apenas a Saudade!"

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Muita chuva.
Em meio a milhares de pessoas, os olhos se encontram.
Sorriso mais que espontâneo nas duas bocas.
Mesmo com as pernas trêmulas,
correm um em direção ao outro,
como se não houvesse mais nada em volta.
Quando se abraçam, o cheiro. Aquele que nunca havia saído da memória.
Finalmente estavam juntos de novo!

Abre os olhos... acorda! Era tudo um sonho. Mais um sonho.

E a chuva continua... e o cheiro se mantém no ar.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Feliz 12/04

Quem me fez e faz crescer...
Quem além de me erguer nas minhas quedas,
me ensinou que é sempre possível levantar.
Quem me ensinou o quanto é necessário o conhecimento.
Quem foi, e sempre será meu exemplo!
Ele não é um condutor de destinos
mas sim o farol que aponta para um caminho de honestidade e de bem.
Ele não diz "Faça isso" ou "Faça aquilo", mas sim
"Tente fazer o melhor de acordo com aquilo que você já sabe."

Ele é meu amigo, sempre presente, atento e amoroso!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Como se chama?

Aquilo que faz o coração bater forte e parar ao mesmo tempo;
Aquilo que dá frio na barriga, ansiedade e nó na garganta;
Aquela coisa que dá falta de ar,
que é bom de sentir, mas vem acompanhado de insegurança e medo.

Já sentimos várias vezes, mas sempre parece ser a primeira vez.
Nos faz voltar no tempo e parecermos adolescentes,
mas ao mesmo tempo nos sentirmos maduros e completos.
Quando acaba, prometemos a nós mesmos nunca mais sentir,
e quando vimos, já aconteceu de novo.

Na verdade, o que irmporta saber o nome?
Temos que aprender a sentir...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Maternidade - Carlos Drummond de Andrade

Seu desejo não era desejo
corporal.
Era desejo de ter filho,
de sentir, de saber que tinha filho,
um só filho que fosse, mas um filho.

Procurou, procurou pai para o seu filho.
Ninguém se interessava por ser pai.
O filho desejado, concebido
longo tempo na mente, e era tão lindo,
nasceu do acaso, o pai era o acaso.

O acaso nem é pai, isso que importa?
O filho, obra materna,
é sua criação, de mais ninguém.
Mas lhe falta um detalhe,
o detalhe do pai.

Então ela é mãe e pai do seu garoto,
a quem, por acaso,
falta um lobo de orelha, a orelha esquerda.

terça-feira, 29 de março de 2011

Corpos Poéticos

Dois corpos encostados e na horizontal.
Pernas entrelaçadas, assim como as mãos por cima das cabeças.
Os troncos encaixados de tal maneira que os batimentos dos corações se confundem.
Os olhos, que grande parte do tempo permanecem fechados,
num movimento quase que sincronizado, abrem, se cruzam e sorriem.
O calor daquele momento, causa sensações apesar da sonolência dos dois.
Arrepios e pequenas manifestações sonoras, enquanto as bocas,
de uma forma mais que natural, selam o encontro desses corpos.

Dormem... como se fosse a última vez.